Arda Yildiran

- Nome: Arda Demirbas Yildiran
- Idade: 17 anos
- Nascimento: 24 de fevereiro de 1993
- Avatar: Atakan Hosgoren
- Raça: Shadowhunter
- Arma Favorita: Bastão com Lâminas
- Sexualidade: Bissexual
- Parabatai: Sem Parabatai
- Residência: Instituto de Nova York
- Gostos: Tocar instrumentos no geral e compor letras sobre o que está sentindo, caminhada por lugares isolados (praças a noite, praia, florestas), o pôr do sol silencioso.
- Desgostos: Falta de privacidade (principalmente em relação com suas composições), indiferença com o sentimento alheio, falta de empatia.
- Curiosidades: Usa um colar com um cristal azul-esverdeado, envolto por um aro escuro, ornamentado com folhas e pequenos frutos que ganhou de sua mãe. Tem medo de dormir sem música. Escreve cartas para pessoas que nunca vai enviar.
- Personalidade: Arda é observador e silencioso. Fala pouco, mas quando fala, é direto. Tem dificuldade de confiar nos outros, não por arrogância, mas porque passou a vida sendo desacreditado. Não gosta de chamar atenção e, por isso, costuma manter uma postura reservada, mesmo quando está em grupo. Ele se irrita com injustiças pequenas, mas guarda para si. Tem uma memória visual absurda e uma capacidade instintiva de perceber quando algo está errado, o que o deixa em alerta constante. Ele nunca se achou especial — só estranho. Mas agora que entende que aquilo que vê é real, ele quer entender por quê ele? E o que mais pode estar escondido por trás da realidade comum?
Desde criança, Arda via coisas que ninguém mais via. Não era uma sensação vaga, mas algo real, visível. Criaturas, olhos que surgiam nas sombras, formas disformes que desapareciam rapidamente quando ele tentava olhar mais de perto. Com o tempo, ele aprendeu a ignorar, a fingir que não estavam ali. Mas as visões continuaram, e as coisas começaram a parecer ainda mais estranhas. Ele achava que estava doente, mas nunca teve coragem de contar a ninguém, temendo ser rejeitado ou visto como louco. Em segredo, ele anotava os símbolos que apareciam em seus sonhos e visões, sentindo uma estranha conexão com eles, como se tudo aquilo tivesse algum significado.
A única coisa que o mantinha são era a música. Desde pequeno, Arda tinha um fascínio por melodias — não apenas por ouvi-las, mas por criá-las. Ele tocava de tudo: piano, violino, até flautas antigas que achava em mercados de rua. Mas seu verdadeiro amor era o violão. Não por acaso: era o instrumento favorito de sua mãe, e muitas noites da infância foram embaladas pelas músicas suaves que ela tocava para afastar o peso do mundo. Quando ela tocava, o silêncio deixava de ser opressor e virava abrigo.
O pai de Arda, por outro lado, era o oposto completo. Alcoólatra, emocionalmente ausente, por vezes cruel. Arda cresceu com um ódio silencioso por aquele homem — e por tudo o que ele representava. O cheiro do álcool era sinônimo de medo. As brigas abafadas, os pratos quebrados, os olhares vazios — tudo isso moldou o garoto que aprendeu a se esconder em sons.
Quando a mãe adoeceu, Arda passou a tocar por ela. Tentava manter viva a música que a fazia sorrir, mesmo que seus olhos já estivessem cansados. Pouco antes de morrer, ela lhe entregou um colar com um cristal azul-esverdeado, envolto por um aro escuro, ornamentado com folhas e pequenos frutos. Na parte de trás, gravadas com delicadeza, as palavras:
"Mesmo quando o mundo escurecer, lembre-se: você é a minha luz."
Ela morreu pouco depois, deixando para trás o colar — e o violão. Arda guardou ambos como relíquias. Mas não teve forças para fugir. Continuou vivendo com o pai, em silêncio. Sem futuro, sem lugar, apenas esperando... até que a chance apareceu.
Em 2010, aos 17 anos, estudava em uma escola pública em Kadıköy, Istambul. Uma noite, viu três figuras encapuzadas lutando contra uma criatura feita de sombras densas e olhos vermelhos. O combate foi surreal. A criatura desapareceu. E ninguém além dele pareceu notar. Arda entendeu: não era loucura. Era real.
Três dias depois, uma batida na porta. O cheiro de álcool pairava no ar. Quando abriu, viu um homem elegante, firme, com um olhar que parecia enxergar através dele.
— Arda Demirbaş?
— Sim...
— Você viu algo. E não foi a primeira vez.
Era Simon Lovelace. Falou sobre o Mundo das Sombras, sobre a Academia, sobre pessoas como ele. Ofereceu não só respostas — mas um caminho. Um caminho para longe dali.
Arda não hesitou. Pegou o colar, o violão da mãe — o mesmo que ainda guardava o cheiro das cordas antigas — e foi embora. Não deixou bilhete. Não avisou ninguém. Para o pai, ele desapareceu como fumaça. Para Arda, foi o dia em que nasceu de novo.
Na Academia, recusava-se a beber. As festas o entediavam. Quando pressionado, respondia apenas:
— Já vi o suficiente pra saber o que o álcool destrói.
Às vezes, à noite, ele sentava nos telhados da ala norte com o violão no colo. Tocava para si mesmo, para o silêncio, para a mãe. As melodias mudavam de tom conforme a saudade apertava. A cada nota, ele lembrava:
— Mesmo quando tudo escurece... Ele ainda é a luz de alguém.
Arda permaneceu na Academia por pouco mais de um ano — tempo suficiente para que deixasse marcas e também fosse profundamente marcado. Conheceu Hakkin Yamamoto logo no primeiro dia, quando o viu sendo alvo de zombarias no refeitório. Algo dentro dele se acendeu, um reflexo das feridas que ele mesmo carregava. Desde então, Arda e Hakkin se tornaram uma espécie de apoio mútuo. Treinavam juntos, riam pouco, mas compartilhavam o silêncio como quem compreende o peso um do outro. Hakkin era um porto firme em meio ao caos da Academia.
Luis Sanchez foi uma presença diferente — um quase-crush que mexeu com Arda mais do que ele gostaria de admitir. Os sentimentos o confundiram, e por um tempo, ele se afastou, deixando uma carta como tentativa de pôr ordem no coração. No fim, viraram amigos, mesmo que distantes. Louis Alves foi um encontro intenso e inconclusivo. Tiveram uma conversa séria no campo de treinamento e uma luta entre eles, mas Arda ainda não sabe bem o que pensar dele.
Com Lavanya Rajaram, o sentimento era claro: desprezo mútuo. A arrogância dela, o ódio pelos mundanos, e o bullying com Hakkin colocaram-na na lista negra de Arda quase de imediato. Ainda assim, parte dele se perguntava se aquele desprezo poderia, algum dia, se transformar em algo diferente. Com sua irmã gêmea, Laasya, o caminho já era outro. Conheceram-se melhor no casamento de Simon e Izzy, e Arda viu nela alguém que pensava diferente do ciclo em que havia crescido. Não sabia o que sentia por ela — apenas que queria vê-la de novo.
Durante esse tempo, ele também conheceu Anastasia Belikov, da turma 2, com quem dividiu conversas na biblioteca e dúvidas sobre o futuro. Eloah, da turma 3, conquistou Arda com sua gentileza quase surreal — alguém que ele desejava manter por perto. Já Henry, também da turma 3, era parecido demais com ele... o que talvez explicasse o conflito entre os dois.
Entre treinos, silêncios e descobertas, Arda encontrou um lugar que chamava de seu: o campo de treinamento. Passava horas ali, às vezes treinando até os ossos doerem, outras apenas deixando o tempo passar. As aulas de Jace, especialmente as de combate corpo a corpo, eram suas favoritas — exigiam dele algo físico, instintivo. As de Clary, que falavam sobre história e linhagens, encantavam seu lado mais contemplativo. Simon, por outro lado, o irritava profundamente, o que ele deixava bem claro. Já Ragnor Fell e sua abordagem mágica e caótica abriram um novo mundo de possibilidades. Arda odiava admitir, mas se sentia curioso com as coisas que aprendia ali.
Então veio a Ascensão.
Nada o preparou para o que viu. O sangue, os gritos, os colegas caindo um a um. A morte era real, e estava perto demais. Arda assistiu àquilo em choque. Sentiu-se engolido por memórias de sua mãe, pela impotência, pela injustiça. Durante duas semanas, não conseguiu compor. Segurava o violão, mas não havia som. Só silêncio. E culpa. Se sentia egoísta por ainda estar ali — por pertencer àquele lugar enquanto outros haviam ficado pelo caminho.
Foi durante esse período que recebeu a oferta de um novo sobrenome — de uma família que ele aprendera a respeitar, os Yildiran. Aceitou sem pensar duas vezes. Era como cortar, de forma oficial, o último fio que o ligava ao pai. Quando ouviu seu novo nome, sorriu pela primeira vez em dias. Apertou o colar da mãe contra o peito, como se dissesse a ela: "Você ainda vive em mim."
A decisão de ir para o Instituto de Nova York veio logo depois. Era longe. Longe o bastante do passado, do pai, das memórias pesadas. Mas também era onde Clary e Jace lideravam — dois dos poucos em quem ele confiava de verdade. Nova York representava, para ele, uma nova chance. Uma vida diferente. Uma oportunidade de construir algo novo… com tudo que havia aprendido, com todos os fantasmas que agora carregava — e com o violão nas costas.